Jogador brasileiro de futsal espera pior dia da guerra e acusa "abandono"

"Dos três dias, hoje é o pior de todos. Eu consigo falar a língua russa e daqui 1h30 vai ter ataque áreo, então estamos assustados. Tivemos dias muito difíceis", afirmou, em entrevista à GloboNews.
Alguns brasileiros conseguiram, com a ajuda da embaixada brasileira, pegar um trem e buscar a saída do Ucrânia através da fronteira com a Romênia. Jonatan Moreno explicou o motivo de ter permanecido em Kiev e ser obrigado a passar pelo "pior dia da guerra".
"Houve um mal entendido sobre o horário (de partida) e não conseguimos pegar o trem. Agora, tem um toque de reconhecer, não se pode sair desde hoje até segunda-feira, e aí pensar em um novo plano. Com o espaço aéreo fechado, precisa sair de via terrestre", reconheceu.
Instalado em um hotel, o jogador de futsal pediu orações. "Psicologicaente estamos acabamos. Fisicamente, não conseguimos dormir. E a promessa é de mais uma noite terrível", disse Jonatan Moreno.
Abandono dos colegasNas redes sociais, Jonatan Moreno acusou os compatriotas que atuam no futebol de campo do abandono. Todos estavam no mesmo hotel. O atleta de futsal e outros dois brasileiros seguem presos em Kiev e não conseguiram pegar o trem com a ajuda do governo brasileiro.
Moreno explica que os jogadores de futebol foram embora enquanto o trio estava no quarto descansando. "A gente se sentiu abandonado. Para eles, pode ser que a gente não seja gente, não somos do (futebol) campo, não ganhamos o salário deles", lamentou.