Os treinadores encararam a participação na Ronda de Elite da Liga dos Campeões de futsal como “um desafio bonito e apaixonante”.



Os treinadores de Sporting e Sporting de Braga encararam hoje a participação na Ronda de Elite da Liga dos Campeões de futsal como “um desafio bonito e apaixonante” e apontaram ao apuramento para a ‘final four’.

Arranca nesta terça-feira, no pavilhão João Rocha, o grupo C da ronda de elite da Champions, com Sporting, SC Braga, Anderlecht e Plzen. Todos velhos conhecidos que preferiam não se voltar a encontrar tão cedo

"Gostava de dizer que é um prazer ver-te, mas não é verdade". A entrada de Luca Cragnaz no auditório do pavilhão João Rocha foi totalmente reveladora do sentimento do treinador do Anderlecht, que se dirigia, em bom português, a Nuno Dias. Porque fê-lo de sorriso no rosto, mas um certo sofrimento no tom de voz.
E foi sintomático. Aquele era também o sentimento do treinador do Sporting, tal como o de Joel Rocha, timoneiro do SC Braga. O menos expressivo foi mesmo Peter Kozár, líder do Interobal Plzen, que tinha a desvantagem de não se expressar nem em português, nem tão pouco em inglês. Antes da entrada de Cragnaz, de resto, o tom também era de boa-disposição e conversa confidente entre os dois treinadores portugueses.
Ou seja, a antevisão do grupo C da ronda de elite que arranca nesta terça-feira no Pavilhão João Rocha foi uma espécie de reunião de amigos que preferiam… não se ver. Ou pelo menos não nesta fase da prova em que apenas um poderá avançar para a final-four da Champions.
"Este ano voltamos a ter um grupo com adversários muito fortes», começou por dizer o treinador do campeão belga, primeiro adversário dos leões. «Eu gosto muito do Nuno, mas preferia encontrá-lo só na final-four. Com todo o respeito, mas a nossa equipa não está feita para o campeonato belga, mas para brilhar a nível europeu. Todos os anos a nossa batalha é chegar à final-four, como fizemos há dois anos", assumiu.
Na memória de Cragnaz está, contudo, o que aconteceu na época passada, quando foi afastado nesta mesma ronda, também no João Rocha, pelo Sporting. «A nossa ambição é a classificação, claro. O Sporting tem uma vantagem por jogar em casa, mas no campo é que vai decidir-se. Eu posso dizer que eu e a minha família adoramos Lisboa. Vimos cá duas ou três vezes por ano passar uns dias. Só não gosto de vir a Lisboa jogar futsal», reforçou, num elogio encapotado aos leões.

Nuno Dias recebeu no pé e saiu a jogar no mesmo tom de elogios aos adversários. "Eu também preferia encontrar qualquer uma destas equipas na próxima fase. Não só porque isso significaria estar lá, mas porque já disse que considero este o grupo mais difícil e com mais candidatos a atingir a final-four", reconheceu o técnico do Sporting.
"O melhor do sorteio foi termos a oportunidade de organizar no João Rocha esta fase. Porque estas são três equipas com muita qualidade. Mas atenção que temos de fazer o nosso trabalho. Os adeptos vão ajudar com o seu apoio, mas não vão fazer o nosso trabalho", alertou Nuno Dias, que revelou que já vai poder contar com Tomás Paçó e Zicky Té, recuperados das respetivas lesões.
“Preparámo-nos para o Anderlecht, que é o nosso primeiro jogo. É uma equipa com muito valor, que tivemos a oportunidade de defrontar no ano passado, mas que mudou algumas peças e parece-nos melhor. É uma equipa que tivemos a oportunidade de defrontar em Porto Salvo, na pré-temporada, e apesar de eles estarem com algumas ausências, apresentaram um futsal com qualidade”, analisou, com cautelas, numa conferência de lançamento à competição que contou com a presença dos quatro treinadores em prova nesta ‘poule’.
“Já estive em bastantes rondas de elite. Já fui eliminado em casa, não no João Rocha mas em Almada, e já passei em casa. Já fui eliminado fora, recordo-me do Tyumen, e também já passei fora - recordo-me de Itália, em Nápoles. Já nos aconteceu de tudo, que é ganhar em casa, perder em casa, ganhar fora e perder fora. Sabemos que o melhor sorteio foi termos tido a oportunidade de organizar o grupo, por questões logísticas”, declarou.


Joel Rocha fugiu um pouco ao romantismo. Apesar de ter mantido o tom de boa-disposição, foi pragmático na análise da dificuldade do grupo, que reconhece igualmente, mas que não pretende ver utilizado como argumento para travar os arsenalistas.
"Jogar a Liga dos Campeões é o desafio mais apaixonante e bonito no futsal. Mas é também o mais difícil. Para nós, é um orgulho muito grande. Na 1.ª fase, fizemos o que nos competia: apurámo-nos em 1.º lugar. Depois não controlamos o sorteio e sabíamos que havia uma forte possibilidade de vir jogar aqui", começou por dizer, sublinhando que não era expectável que o cenário fosse muito distinto.
"Nós somos uma das 16 equipas presentes nesta fase. Olhando para as outras 15, não há muito para escolher. Como é uma competição de elite, encontramos adversários de elite", resumiu.
Ainda assim, e apesar de ter recordado o historial do Sporting nesta fase, o treinador do SC Braga deixou um discurso ambicioso. "O Sporting em 18 jogos que fez nesta fase, a jogar em casa, noutros anos, empatou três. Ganhou 15. Isso diz muito do que tem sido o percurso europeu desta equipa. Nós estamos aqui para nos superarmos. E não há história, estatística ou estatuto que nos vá tirar um segundo de ambição", garante.
O conjunto bracarense abre a competição frente aos checos do Plzen, uma equipa que já defrontou e venceu na fase anterior (4-1), e que apesar de chegar como outsider, apresenta-se com sede de vingança e vontade de fazer uma gracinha, como assumiu o seu treinador . "Para a nossa equipa é um grande passo estar na ronda de elite outra vez. Vamos tentar o nosso melhor no campo e mal podemos esperar para defrontar novamente o SC Braga e conseguir um resultado diferente", terminou.
E quando, no final, parecia que o tom de convívio tinha regressado, no momento das fotos, foi Joel Rocha a quebrar o ambiente para acelerar o processo, ele que ia iniciar o treino dali a minutos.
"Vamos lá despachar que ainda tenho de ir preparar mais qualquer coisa para vos ganhar".
Mais tarde, pelas 17.30, Anderlecht e Sporting medem forças para encerrar a primeira ronda do agrupamento, cujo vencedor se qualifica para a ‘final four’, na qual se decide o título europeu da modalidade.


Por fim e com uma ambição mais comedida apresentou-se o técnico dos checos do Interobal Plzen, Peter Kózar. “Estamos contentes por disputar esta última ronda e por participar contra todas estas equipas fortes, como são estas. É claro que vamos tentar o nosso melhor no campo para mostrar a estas grandes equipas o quão bom o nosso futsal é”, prometeu.


Terça-feira
SC Braga-Plzen 15h00
Anderlecht -Sporting 17h30

Quarta-feira
Anderlecht-SC Braga 17h30
Sporting-Plzen 20H30

Sexta-feira
Plzen-Anderlecht 17H30
Sporting-SC Braga 20H30


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