Bétis em Espanha e Assoeva, no Brasil, podem encerrar secções de Futsal

Administração municipal lamenta encerramento das atividades da Assoeva. Em nota oficial, gestores afirmam que, nos últimos quatro anos, o município investiu mais de R$ 1,2 milhão no clube, além de ceder o ginásio para treinos e jogos
A administração municipal de Venâncio Aires manifestou pesar pelo encerramento das atividades da Assoeva Futsal, anunciado no último fim de semana. O clube, que representou o município por mais de duas décadas no cenário nacional brasileiro do futsal, encerra a trajetória devido a dificuldades financeiras e dívidas a trabalhadores.
Como principal financiadora da equipa, a prefeitura destacou a importância da Assoeva para a cidade “Essa derrota fora das quatro linhas está fazendo em todos nós”, afirmou a administração municipal em nota oficial, reforçando o impacto da decisão para atletas, adeptos e a comunidade desportiva.
A gestão municipal também enfatizou que o investimento no clube sempre teve como objetivo fortalecer o futsal local, incentivar a formação de novos talentos e criar um ambiente que unisse a cidade em torno da modalidade.
Apesar do encerramento da Assoeva, a prefeitura garantiu que continuará a trabalhar para fomentar o desporte e manter viva a tradição do futsal em Venâncio Aires. “Esse momento não deve ser visto como um ponto final. É o começo de uma nova história que está por vir”, informou a nota, deixando aberta a possibilidade de novos projetos e iniciativas desportivas para o município.
O Real Betis está a ponderar acabar a sua secção de futsal e culpa a RFEF. O "profundo desencanto" da Direção com a gestão da competição e a viabilidade financeira da equipa deixa o campeão da Taça do Rei à beira da extinção.
O Real Betis decidiu dar mais um passo na reformulação da sua política de divisão e está a ponderar vender a sua equipa de futsal. Fontes próximas do presidente, Ángel Haro, confirmaram à Relevo a sua "profunda desilusão" com a gestão da competição pela RFEF desde 2019 e consideram inviável a sustentabilidade da equipa dentro da estrutura financeira do clube.
O futuro dos Verdiblancos tem sido alvo de dúvidas há vários anos, e o grupo já estava em perigo na época passada com a descida de divisão. No entanto, o primeiro título nacional do setor, com uma conquista milagrosa da Taça do Rei, impediu uma decisão drástica, que, segundo informa o site especializado FutsalSur, volta a estar em cima da mesa da Direção, que decidiu, em última instância, manter o mesmo orçamento (um milhão de euros) para a presente temporada.
O Real Betis Futsal foi fundado em 2013 após a fusão com o FS Nazareno, adotando a sua estrutura e competindo nas cores verde e branco. Em 2016, ingressou oficialmente no clube. Após várias tentativas, conseguiram a subida à Segunda Divisão em 2016 e, na época 2019-20, foram promovidos pela primeira vez à Primeira Divisão, onde permaneceram durante quatro épocas e foram despromovidos na época passada, após três anos consecutivos a jogar pela sobrevivência na última jornada e arrastando também a equipa de reservas da Segunda Divisão para o fim.
Com cinco jogos por disputar no campeonato, o Real Betis lidera a Segunda Divisão e pode garantir o regresso à Primeira Divisão no dia 10 de maio. No passado sábado, a equipa de André Brocanello conseguiu uma vitória contra O Parrulo Ferrol (4-5) no último minuto e após o empate do Family Cash Alzira contra o Barça Atlético (2-2), a equipa verde e branca depende de si própria para ser proclamada campeã e assim certificar a promoção diretamente sem jogar os playoffs.
Foram a primeira equipa da Segunda a disputar a Final Four da Taça do Rei em 2020 e, em janeiro, o Real Betis Futsal voltou a provar que é uma equipa da Primeira, liderando temporariamente a segunda divisão. Os Verdiblancos fizeram história ao vencer a Taça do Rei em 2024 e, em 2025, alcançaram um novo marco ao qualificarem-se para a final da Supertaça de Espanha, que perderam contra o Jimbee Cartagena.
Ao contrário da venda da equipa de basquetebol ao Grupo Hereda em julho do ano passado, a divisão de futsal não é uma sociedade anónima, pelo que o Real Betis poderia considerar emprestar o espaço da equipa a outro clube, contribuindo com o seu nome, cores e brasão para a nova equipa. O clube receberia também patrocínio financeiro para garantir o desenvolvimento de um projeto fiável.
O Real Betis — um dos maiores defensores da LNFS — está a acompanhar de perto a decisão tomada pelo presidente da RFEF, Rafael Louzán, sobre o futuro modelo de gestão da competição, que poderá mesmo levar ao desaparecimento total da secção.
Vídeos