Antevisão do jogo 1 da final da Liga Placard, por António Aires

FINAL – JOGO 1
Eis a sequela final. Duas instituições titãs da modalidade em Portugal. Dois treinadores competentes, artistas de elevado quilate e a potencial garantia de uma final espectacular.
Duas equipas que são totalistas nos play offs. O leão, em vitórias, leva vantagem relativamente à águia em confrontos. Estes dois gigantes, em todas as competições já se defrontaram por 144 vezes. Esta final tem sido a “habitué”. Chegados à vigésima edição dos play offs, o Sporting foi 12 vezes campeão, o Benfica 7. Serão os dignos representantes de Portugal na edição da UEFA Futsal 2025/26. Com percursos distintos na presente época, em que Sporting foi o campeão da fase regular, e refira-se sem derrotas. No entanto, sucedeu que nos play offs teve que disputar os seus jogos à maior de três. Por sua vez, o Benfica perdeu um jogo na fase regular e nos play offs conseguiu ultrapassar os seus adversários em duas partidas.
Tem inicio o primeiro round. Não acredito em favoritos nesta fase da prova atendendo aos intérpretes da trama. Ambos os conjuntos já provaram competência e excelência. É inequívoco que o leão tem sido mais regular e revelado uma personalidade arrebatadora nas horas das decisões. E serve de exemplo, a renovação da equipa técnica do Sporting, para demonstrar a confiança por parte da estrutura nos obreiros inquestionáveis, da história da modalidade futsal no covil do leão. Para Nuno Dias é a 12ª final. Em 11 ganhou 9. É verdade, que por sua vez os encarnados andam em busca, já algumas épocas, de encontrarem o caminho dos títulos pondo fim à hegemonia verde e branca. Entre contratações de jogadores e treinadores, e até staff técnico, o Benfica tem sido sujeito a inúmeras “mutações” no intuito de atingir o título de campeão nacional. Podemos realizar muitas conjunturas ou reflexões mas as duas equipas que chegam a esta fase da prova, partem com aspirações intactas e ambições legítimas de ser campeãs. É verdade, que só uma alcançará esse desiderato. Na fase regular o Sporting foi uma equipa avassaladora, melhor ataque 121 golos marcados, melhor defesa 44 golos sofridos. O Benfica, corro o atrevimento de afirmar, fez uma “pré-epoca” durante a fase regular. Especificando: sentiu-se que os jogadores necessitavam de tempo para assimilar e acomodar as ideias de Cassiano Klein, bem como o treinador foi um verdadeiro contorcionista, uma vez que teve de ter um considerável de “jogo de cintura” e flexibilidade, em função de um plantel, que não foi escolhido por si, de forma a criar esta comunhão, treinador/jogador dentro da quadra. É que quem conhece um pouco o treinador campeão da Liga Nacional do Brasil, da Taça, da Supercopa e da dos Libertadores, este tem uma maneira muito peculiar e singular de pensar e estruturar o jogo e o seu “modelo”. Os alunos da 1ª edição da pós graduação em treino de futsal, uma parceria entre a UBI/FPF, onde Cassiano esteve como preletor, mergulharam no pensamento, metodologias e nas ideias do visionário técnico brasileiro. Até neste capítulo, como adeptos, somos uns privilegiados em assistir a esta final entre dois técnicos campeões e extraordinariamente competentes.
Vamos ao jogo: ambos os conjuntos exploram a situação do guarda-redes subido na construção ofensiva. Os dois conjuntos assume na ocupação do espaço uma “geografia/sistema” similar, normalmente 2:3. Contudo, há variações, por parte dos dois conjuntos, na ocupação dos corredores por parte dos jogadores. Existe a colocação de um jogador afundado junto à marca do pontapé de canto, potencial passe a explorar este espaço. Depois em função do espaço libertado, há a exploração do passe para finalização ao 2º poste ou no corredor central, em função do reajustamento defensivo e do espaço concedido pela equipa que defende. O leão privilegia mais o 3.1 com a particularidade dos três pivôs, Zicky, Sokolov e Rocha serem esquerdinos. Por sua vez, o Benfica nos momentos da sua construção ofensiva, opta pelo 3:1 em que a referência é Higor e Jacaré, mas também utiliza o 4:0. Os virtuosos/tecnicistas vão batalhar no 1x1 pelos seus “momentos de brilho”. Merlim, Taynan e Pauleta, versus Nunes, Arthur e Lúcio são só alguns dos “feiticeiros” a produzir magia. Por fim, os esquemas tácticos, podem ser decisivos. Criar e anular espaços será a dialéctica na qual as duas equipas vão esgrimir argumentos. Um momento de distracção pode redundar em êxtase para quem finaliza com sucesso e em frustração por quem colapsa na falha defensiva. Temos VS (vídeo suporte) para garantir verdade desportiva. Creio que a gestão e utilização desta “ferramenta” exige “inteligência e sensibilidade”, quer por parte das equipas técnicas, como dos árbitros. Todos os atores devem ser co-responsabilizados. Todos os protagonistas devem vestir o fato do Fair Play e da ética. Concentrarem-se em jogar no respeito máximo por todos e por um jogo chamado FUTSAL.
Salte a bola.
Viva, o futsal
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