Espanha mostra Identidade, critério e uma resposta de campeã ao jogo pelo bronze vencendo a Argentina
A Espanha fechou o Mundial no terceiro lugar com uma exibição que voltou a expor aquilo que a distingue: critério na posse, agressividade controlada na perda e um volume competitivo que a Argentina nunca conseguiu igualar. O 1–5 explica-se pela constância do plano e pela forma como a equipa de Claudia Pons consegue acelerar nos momentos certos, sem nunca perder organização.
O jogo abriu cedo com sinais claros de tendência. Ale de Paz fez o 0–1 aos 04’18’’, após recuperação alta e finalização pronta, colocando desde logo a Espanha a jogar dentro do guião que melhor conhece: vantagem curta, mas posse dominada e campo inclinado.
A Argentina reagiu com bolas diretas para Ontiveros e Romero, tentando ganhar metros no contacto. Criou alguns remates exteriores, mas a leitura defensiva espanhola e a gestão do bloco impediram rupturas. Ao intervalo, o 0–1 mantinha o cenário: Espanha sempre mais perto de ampliar do que a Argentina de empatar.
A segunda parte confirmou a diferença entre equipas. Aos 33’45’’, Mailen Romero empatou, num raro momento em que a defesa espanhola não conseguiu fechar a segunda bola. A resposta veio em bloco: Laura Córdoba devolveu a vantagem aos 34’46’’, execução limpa ao primeiro toque depois de circulação paciente.
A partir daqui, a avalanche técnica instalou-se.
Antía Pérez colocou o 1–3 aos 36’53’’, após leitura perfeita de espaço e finalização cruzada.
Logo depois, Irene Córdoba assinou o 1–4 aos 37’37’’, numa jogada que nasce de superioridade numérica criada pela circulação rápida no corredor direito.
Fechou a conta Laura Córdoba aos 39’18’’, selando a goleada com o 1–5 e uma exibição que a coloca entre as figuras da partida.
A Argentina nunca deixou de competir, mas perdeu-se sempre no mesmo ponto: demasiado tempo sem bola, demasiadas ações defensivas reativas e pouca capacidade para controlar ritmos. A Espanha, mesmo em vantagem larga, manteve critério, intensidade e organização.
Figura da Partida — Laura Córdoba (Espanha)
Domínio emocional, físico e técnico. Dois golos, leitura superior dos espaços entre-linhas e impacto direto nos momentos que quebraram o jogo. Mobilidade curta, agressividade controlada, chegada a zonas de finalização e uma maturidade competitiva que marca a diferença. Foi a bússola e a lâmina da Espanha.
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