Industrias Santa Coloma encontra a justiça no último segundo frente ao Jimbee Cartagena e bate o campeão
O Industrias Santa Coloma venceu o Jimbee Cartagena por 4-3, num encontro decidido a pouco mais de um segundo do final, através de Leandrinho, coroando uma exibição marcada por persistência competitiva, capacidade de reação e crença até ao último instante, num jogo emocionalmente carregado e simbolicamente especial.
A equipa orientada por Xavi Closas realizou uma primeira parte de grande qualidade competitiva, assumindo a iniciativa durante largos períodos, defendendo com solidez, pressionando com critério e utilizando o guarda-redes-jogador na saída com Marcos Ferreyra, controlando ritmo e espaço. As ocasiões sucederam-se, com Tolrà, Leandrinho, Kokoro e Víctor Ramos a criarem perigo constante, quase sempre travados por um Chispi inspirado, que manteve o Jimbee em vantagem num período em que o resultado não refletia o que se passava dentro da quadra.
Contra a corrente do jogo, uma ação isolada permitiu a Cortés inaugurar o marcador, penalizando injustamente o trabalho do conjunto colomense. Longe de se desorganizar, o Industrias manteve o plano, continuou a empurrar o adversário para trás e voltou a estar perto do empate, mas a acumulação de faltas condicionou a intensidade defensiva e, já em situação de bónus, Mellado ampliou para 0-2, num golpe duro para quem tinha sido superior. Ainda assim, o intervalo chegou com o Industrias a empurrar, deixando clara a sensação de que o jogo estava longe de estar fechado.
A segunda parte trouxe um cenário diferente, com o Industrias a subir ainda mais o nível competitivo e a encontrar rapidamente o golo que lhe tinha sido negado. Leandrinho reduziu, devolvendo confiança e emoção ao encontro, num momento que marcou a viragem psicológica da partida. O domínio intensificou-se e, depois de Ferreyra evitar o terceiro golo numa transição visitante, surgiu o empate, com Puchy a aproveitar um erro de entendimento defensivo para fazer o 2-2, incendiando o Pavelló Nou.
Mesmo após novo contratempo, com Ossamanmusa a recolocar o Jimbee em vantagem, o Industrias recusou-se a aceitar o desfecho. A equipa insistiu, voltou a criar ocasiões claras e acabou por encontrar o empate já em ataque de cinco, com Víctor Ramos como guarda-redes-jogador, numa ação em que a insistência foi recompensada e o 3-3 surgiu como consequência lógica do volume ofensivo.
O tramo final foi vivido em tensão máxima, com ambas as equipas a arriscarem no 5x4, num jogo aberto, emocional e imprevisível. Com o Jimbee a atacar sem guarda-redes, surgiu o momento que decidiu tudo. Leandrinho, desde a sua própria área, rematou para a baliza deserta e fez o 4-3 a pouco mais de um segundo do final, selando uma vitória que foi tão sofrida quanto merecida.
Mais do que os números, o encontro ficou marcado pela identidade competitiva do Industrias Santa Coloma, pela capacidade de reagir a contextos adversos e por um final carregado de significado, dedicado a Nil, no seu último jogo como profissional, a usar a braçadeira de capitão num momento que ficará na memória coletiva do clube.
Figura da Partida — Leandrinho (Industrias Santa Coloma)
Determinante nos momentos-chave, iniciou a recuperação quando o jogo exigia clareza emocional e fechou o encontro no último segundo, traduzindo em dois gestos decisivos tudo aquilo que o Industrias foi ao longo da partida. A sua influência foi mais do que estatística, foi competitiva, emocional e simbólica, dando sentido a uma vitória construída com fé e identidade.
Uma noite em que o resultado chegou no último suspiro, mas em que o processo vinha a ser construído desde o primeiro minuto, confirmando que quando a equipa acredita, insiste e lê o jogo, a justiça acaba por aparecer.