Entre o génio e o erro: Braga leva os pontos no coração da Beira
O SC Braga venceu por 3-2 no sempre difícil Pavilhão Municipal do Fundão, em jogo da 14.ª jornada da Liga Placard, num duelo vibrante, marcado por golos de elevada execução técnica, erros fatais e guarda-redes em grande plano. A equipa de Joel Rocha mostrou maior maturidade competitiva, enquanto a Desportiva do Fundão lutou até ao último segundo.
O jogo começou com o Braga a assumir iniciativa. Logo no primeiro minuto, Leandro subiu no terreno para criar superioridade e lançou Willian Carioca, que rematou às malhas laterais. Na resposta, Jaime Arthur avançou e arriscou o remate, mas Tiago Brito bloqueou. O ritmo era intenso, com alternância de ataques.
Aos 5 minutos surgiu o primeiro golo da tarde: Tiago Brito conduziu da direita para o meio e rematou cruzado, aparecendo Hugo Neves ao segundo poste a desviar para o 0-1, numa jogada bem trabalhada pelos bracarenses. O Fundão respondeu logo a seguir num livre direto de Rui Moreira, defendido por Leandro, enquanto o Braga ameaçava em cantos, com Tiago Sousa e Carioca a desperdiçarem em zona de finalização.
Aos 9 minutos, porém, o Fundão empatou num lance de enorme clarividência: com o Braga novamente em movimento de guarda-redes subido, Gui Torres recuperou a bola após passe errado de Tiago Sousa, e esta sobrou para Mário Freitas, que do seu meio-campo rematou para a baliza deserta, fazendo o 1-1 e levantando o pavilhão.
O Braga reagiu com personalidade e voltou para a frente aos 12 minutos: Henmi cobrou o canto na direita e a bola atravessou a área até Hugo Neves, que rematou de primeira para um grande golo, assinando o 1-2. O pivot bracarense estava em tarde inspirada.
O Fundão tentou responder, mas encontrou sempre Jaime Arthur atento, enquanto do outro lado Tiago Brito enviava uma bola ao poste que poderia ter ampliado o marcador.
Aos 15 minutos surgiu novo momento decisivo: Jaime Arthur subiu novamente e rematou forte, a bola desviou em Tiago Sousa, que acabou por fazer autogolo, restabelecendo o empate em 2-2. Um golpe duro para o Braga, que voltava a ver o jogo equilibrado.
Até ao intervalo, o Braga somou oportunidades: Hugo Neves voltou a estar perto do hat-trick, mas Jaime Arthur fez mais uma grande defesa. Leandro ainda tentou o golo no último segundo, mas encontrou oposição.
A segunda parte começou com um Fundão mais agressivo, e aos 26 minutos um remate prensado de Jaime Arthur ficou a centímetros de entrar. O momento mais incrível da tarde surgiu aos 27 minutos: Ricardo Lopes, último homem do Braga, perdeu a bola para Sissi, que seguiu com Bangura isolado dois-para-zero… mas o guineense, com tudo para marcar, atirou muito ao lado, desperdiçando o golo mais fácil do jogo.
O Braga voltou a crescer e aos 33 minutos encontrou o caminho da vitória: numa reposição lateral curta, Tiago Sousa tocou para Vitão, que rematou rasteiro, com Jaime Arthur a ficar mal na fotografia, permitindo o 2-3 que viria a ser definitivo.
Nos minutos finais, o Fundão carregou com guarda-redes avançado, primeiro com Jaime Arthur, depois com Mário Freitas. Aos 38 minutos, Uesler teve o empate no segundo poste, mas rematou ao lado. Gui Torres obrigou Leandro a defesa segura num livre frontal. Já nos segundos finais, a 4 segundos do apito, Mário Freitas apareceu ao segundo poste, mas voltou a falhar o alvo. A vitória sorriu ao Braga.
Foi um triunfo sofrido mas importante do SC Braga, que soube ser mais frio nos momentos decisivos. O Fundão, por seu lado, realizou uma exibição de alma e enorme entrega, mas pagou caro a falta de eficácia e erros em lances críticos. A figura do jogo foi Hugo Neves, determinante pelos golos marcados, pela presença no ataque e pela influência no ritmo ofensivo dos minhotos.
Foto - AD Fundão